O Dinis apercebeu-se finalmente da quadra em que nos encontramos, apesar dele já ter dois anos e meio, só agora, o que achamos natural, é que ele se deu conta do Pai Natal e dos mistérios que rondam esta quadra Natalícia. Ontem pelas 23h39 acabámos de montar a nossa primeira árvore de Natal, já que no primeiro Natal ele era muito pequeno, só tinha 10 mesitos, e no segundo do Natal coincidiu com a data da nossa mudança de casa. Assim, este foi o primeiro Natal em que ele participou da montagem do presépio e da árvore e estas são algumas imagens que retratam bem este dia e é apenas uma amostra da alegria que contagiou esta santa noite cá em casa.... ora vejam, deliciem-se, e já agora desejamos a todos os nossos amigos um Santo e Feliz Natal cheio de saúde, amor e muita união nos nossos corações.... e que esta noite seja em nós todos os dias e que o amor de Deus esteja sempre connosco... são estes os votos do Dinis e de toda a sua familia.
E para terminar da melhor forma, aqui vos deixamos um pequeno poema..... um lindo poema para que possamos reflectir em conjunto e perceber de uma vez por todas o que será efectivamente o Natal?
NATAL DE QUEM?
Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do peru, das rabanadas.
-- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Fazem barulhos com os copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em alegre ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus sentido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papéis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
O sono está a chegar.
Tantos restos pela mesa e pelo chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive nenhum afecto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!!!
(João Coelho dos Santos in Lágrima do Mar - 1996)