No dia 08 de Julho, p
elas 18h00, reunimo-nos, na Casa do Povo de Vialonga, para a nossa já tão conhecida reunião de avaliação periódica que normalmente acontece a cada dois meses.
Nesta reunião estiveram presentes, nós os papás, a Carolina (Fisioterapeuta), a Paula (Educadora) e a Otília (Intervenção Precoce) para falarmos sobre a avaliação final do ano lectivo e de forma a discutirmos as aptidões adquiridas ao longo deste ano lectivo de 2009-2010, que termina agora.
Falámos das aquisições, das dificuldades, dos aspectos de motricidade, os comportamentos, as aspectos inerentes com as aquisições cognitivas, falamos dos planos terapêuticos, das dificuldades sociais, das consultas e das equipas médicas multidisciplinares a nível nacional e internacional, fez-se um levantamento de todas as metas conquistadas e as que foram sublimemente adquiridas às custas de muito trabalho, muito esforço e empenho de cada um de nós, cada um na sua devida competência.
Falamos das cores que ele já reconhece, dos tipos de trabalhos que ele domina e gosta, do sentido pela música, da falta de interesse por trabalhos que envolvem pintura, a quantidade de palavras que ele já diz, da forma como ele identifica objectos, pessoas, situações e aspectos de rotineiros, a capacidade de associar objectos a pessoas. Falou-se da curvatura que os pezinhos do Dinis, tornando-se necessária a intervenção de um especialista, que pensamos ser mais adequado se pensarmos num ortopedista, o Dinis começou a arquear os pés, e é visivelmente notado no calçado que vai sendo desgastado sobretudo na parte interna do pé, já que ele inclina os pés para dentro. Costuma também andar em “bicos de pés” e é uma postura que temos de perceber a sua origem e a motivação que o levou a adoptar.
Falou-se nas consultas que se avizinham, falou-se no plano de estudo do ano lectivo 2010-2011.
Reconheceu-se a importância do Dinis continuar a usufruir do plano de intervenção precoce, já que tudo se tornou bastante positivo quando falamos de aptidões do Dinis, uma vez que o seu plano de estimulação é exaustivo. Note-se que se ele perder o apoio que lhe damos através de todas as terapias diárias, este Dinis agora aqui espelhado poderá perder funções e metas já alcançadas.
Uma das caracter
ísticas da doença do Dinis é que existe uma grande probabilidade de regredir a todo o instante, aumentando a probabilidade por ausência de estímulo, já que o seu problema é a nível neurológico dadas as extensas e exuberantes lesões ao longo de todo o seu cérebro. Pelo que o exemplo que tivemos no ano passado, na ausência da fisioterapeuta Carolina durante o mês de Agosto, constatamos que o Dinis regrediu, perdeu aquisições, e todo o trabalho que fora efectuado no mês anterior a Gosto se perdeu em menos de nada e levou outros dois meses a conquistar.
Não podemos deixar de pensar que caso diminuam as terapias, o Dinis poderá perder em termos de aquisições e poderá diminuir o interesse (em prol das acrescidas dificuldades) e com isso perder o interesse em termos de aprendizagem, regredindo em termos motores e cognitivos.
Mas de facto é um risco quase certo, está previsto que no próximo ano lectivo, as fisioterapeutas, sejam “alvo de corte” orçamental e que o plano de intervenção precoce, deixe mesmo de usufruir de Carolinas.
Estamos em choque e estamos a ponderar todas as situações possíveis para que o Dinis possa continuar a usufruir do trabalho desta fisioterapeuta, pois o trabalho dela, o trabalho continuado de fisioterapia, é fundamental para manter o nosso Dinis enriquecido e com um nível de desenvolvimento motor cada vez mais ajustado à sua idade, que à medida que o tempo vai passando, é notável as aquisições que ele vai tirando partido desta constante prática.
Bom mas cada coisa a seu tempo… um dia de cada vez, pois ainda nada está decidido – ainda muita coisa vai rolar entretanto e nós não perdemos a fé de tudo se resolver pelo melhor.
Nesta reunião ficou definido que amanhã dia 09/07, seria o primeiro dia em que o Dinis passaria a usar cuequinhas, está na altura de educarmos o nosso menino às práticas e lides do bacio.
Ele em casa logo pela manhã foi bastante receptivo e presenteou-nos com (as duas coisas digamos assim) chichi e cocó no bacio, foi muito giro porque ele sentiu-se muito orgulhoso da festa que eu e o pai lhe fizemos. Vestimos-lhe umas cuequinhas, e fizemos questão de valoriza-las muito para que ele se vá apegando a estas coisas de adulto e da responsabilidade que agora lhe fora acrescida.
Aqui juntamos uma fotografia desse momento, o Dinis em cuequinhas no primeiro de muitos dias da sua vida.